13 de abril de 2011

O Medo de Ser

O medo é um importante fator para nossa auto-preservação. Quem não tem medo, é apenas alguém inconseqüente. Corajoso é quem enfrenta esse medo. Por medo Abraão e Moisés mentiram acerca de suas esposas. Por medo Davi uma hora se finge de louco, foge por muito tempo da ira de Saul e posteriormente de Absalão, antes ainda manda matar Urias, etc. Enfim, são inumeros os relatos das atitudes drásticas de servos de Deus, ante situações de medo. Se essas eram as reações que Deus esperava deles, uma vez que possuíam promessas claras dEle,  nunca saberemos. O que sabemos é que Deus não precisa que utilizemos de nossos recursos visíveis e até de subterfúgios como a mentira, para que Ele cumpra em nossa vida o que prometeu.
"E conhecereis a verdade, e a verdade os libertará." Jo 8:32 Infelizmente são poucos os discipulos que se importam em buscar essa libertação completa anunciada por Jesus.  

Todos possuímos mentiras forjadas pelo inimigo em nossas mentes: como nossa própria imagem, por medo de não sermos aceitos pelas pessoas, ou pela sociedade. Até que a luz da Palavra seja revelada pelo Espírito Santo nos confrontando, elas seguirão escondendo o que realmente somos para que não aja conserto. Lembremos que dói demais saber que nos resignamos uma vida inteira, correndo cegamente atrás coisas que nos pareciam tão certas, sem nunca termos nos questionado o seu real significado; E ver quanto se perdeu, inclusive o prazer de usufruir o que estava em nossas mãos se tivéssemos tido esta clareza antes.

 “As armas com as quais lutamos não são humanas; 
pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas.
Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra 
o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, 
para torná-lo obediente a Cristo.” 2Co 10:4-5
  
Esses medos/mentiras que contamos não são fechadas em si mesmas, mas são interligadas em cadeias variadas:
·    Ocultamos a inveja atrás do véu da indignação e até difamação, segundo nossa perspectiva, ao sucesso alheio;
·    Ocultamos a incredulidade e desânimo na covardia, na murmuração, na passividade, na impulsividade, na ansiedade, na avareza, na gula;
·    Ocultamos o orgulho, rejeições, soberba e amor à reputação numa ira fundamentada, exigindo o devido respeito que merecemos, ou em auto-comiseração;
·    Ocultamos nossa justiça-própria (como se fossemos melhores juízes do que Deus) e agimos conforme achamos ser o melhor aos nossos olhos e ainda nos julgamos santos porque o fizemos, e sequer consultamos O maior interessado.
·    Ocultamos nossa baixa auto-estima, insegurança e travestimos-as de superioridade, religiosidade, eficiência extrema, necessidade de controle, status, posses e luxúria. Há um desejo inconsciente de humilhar aqueles a nossa volta, mostrando que somos melhores e, então, somos dignos de admiração e até servidão cega.

Percebemos que todos vivemos mentiras em nós mesmos provenientes de medos aparentemente sem nome. E, por medo de que nos vejam como realmente somos, desencadeamos cadeias de pecados próprios e também em outros, por nos valermos destas mentiras internas e as difundirmos e/ou ferindo. Eis que culmina nesta sociedade pseudo-cristã, mas com valores distorcidos.

“No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.” 1Jo 4:18  Descobrir esses medos e refutar suas justificativas mentirosas é um dever diário daqueles que se dizem de Cristo. Exponhamo-nos para que haja libertação, em resignação ante a necessidade de humilharmo-nos por Jesus. A igreja fundamentada no amor de Cristo não julga, mas ampara e se aquece em quebrantamento ante o pecador que se arrepende. Aqueles que desprezam quem se expõem são os que mais necessitam transformação.