25 de fevereiro de 2011

Nosso pranto, nossa língua.


“Maria, porém, ficou à entrada do sepulcro, chorando. Enquanto chorava, curvou-se para olhar dentro do sepulcro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés.
Eles lhe perguntaram: "Mulher, por que você está chorando? " "Levaram embora o meu Senhor", respondeu ela, "e não sei onde o puseram".
Nisso ela se voltou e viu Jesus ali, em pé, mas não o reconheceu.
Disse ele: "Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando? " Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: "Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei".
Jesus lhe disse: "Maria!" Então, voltando-se para ele, Maria exclamou em aramaico: "Rabôni! " ( que significa Mestre ).” João 20:11-16

Esse episódio mostra uma serva de Deus e o seu problema. Ela pranteia aos anjos e a  Jesus o que lhe é de direito. Trata-O como o jardineiro do lugar, apenas um servidor das suas vontades. Ela simplesmente ignora quem está com ela e, muito menos, o que está por trás de tudo aquilo.
Jesus disse: “estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos." (Mateus 28:20). Assim como no relato ocorrido com Maria, Jesus está conosco. Mas, muitas vezes, nossas atitudes não condizem com o que “dizemos” crer. E nossa língua, que num momento louvava ao Senhor,  no outro murmura, manipula, contamina.
A Palavra diz em Colossenses 3:8 “Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar.”. Devemos ser coerentes com a fé que professamos. Se dizemos que nossas vidas está debaixo do Seu controle, então Ele pode nos permitir situações ruins, ao nosso ver, para um fim proveitoso. José, antes de chegar a governador do Egito, passou por injustiças incabíveis, mas manteve-se fiel (Gênesis 37:12-28; 39:1-28; 41:1-41). É o que traz Romanos 8:28 “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.”.
Maria cai em si quando Jesus a chama, chacoalhando-a de suas neuras e convicções. Que Deus não tenha que permitir novamente determinadas situações em nossas vidas, chacoalhando-nos constantemente. Mas que caiamos na frente antes e durante a tribulação, não nos permitindo emprestar nossos lábios e dando qualquer legalidade espiritual ao maligno, mas, ao invés disto, glorifiquemos em todo o tempo Àquele que é o autor e consumador da nossa fé.

4 de fevereiro de 2011

“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”

Em tempos de teologia da prosperidade, e músicas que ordenam: “Eu quero mais...” porque “por onde eu for a Tua benção me seguirá...” então “Me dá a minha benção...”, negar a si mesmo parece um tema fora do contexto bíblico, mas é o que Jesus diz em Mc 8:34-35: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á.” E nesses termos, quantos seguem a Jesus?
Ninguém quer tomar a sua cruz e seguir Jesus, pois é um exercício que exige continuidade, comprometimento, suor, lágrimas. Mesmo sabendo que na Sua Graça ele troca nosso fardo pelo dEle.
Em João 6:48-60, Jesus se apresenta como o Pão da Vida do qual devemos nos alimentar, e cuja resposta dos discípulos, traduz a nossa própria em negarmos a nós mesmos: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”Jo 6:56b. Sim, o discurso é duro para quem, assim como eles, “ouve” as palavras segundo a carne.
É natural do ser humano se colocar como prioridade em todas as situações: “o meu problema”, “o meu dinheiro”, “o meu tempo”. E o "eu" vai minando a propagação do Reino. Enquanto milhares são atraídos a Jesus pelos seus problemas, o problema de Deus tem sido tirá-los, do conforto e comodismo à prática do Ide. Mas, conforto e comodismo são as palavras bonitas para preguiça e egoísmo
Não vemos servos dando a sua segunda capa, mas adquirindo para si mais jóias da H’Stern; não vemos servos andando a outra milha, mas comprando para si outro carro importado; não vemos “os grandes” homens visitando pessoas nos hospitais e presídios, mas, pelo contrário, os vemos desesperados por acumular e se protegem cada vez mais: plano de saúde, seguro do carro, alarme na casa, etc. Mostrando cuidados extremos com suas coisas, revelando o seu amor pelas coisas deste mundo.
É, investir no Reino, custa caro demais. Porque é investir no que não vemos. Jesus pregava esse Reino e foi crucificado. Ele nos diz em Mt 6:33: buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”. Mas a nossa carne não quer o Reino. Ela tem necessidades imediatas. Como podemos dar do nosso tempo junto e de oração, dar dos nossos bens ou dinheiro ao próximo, se nós mesmos precisamos muito mais disso tudo?
A Palavra traz: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” Rm 10:15b. Mas olhando para os nossos pés, se vemos calos ou bolhas são frutos da vaidade. Não obedecemos o Ide porque não nos interessa, não nos beneficia. Nessa hora a nossa carne quer mais é ficar atirada no sofá.
Que morramos todos os dias para nossas vontades. Buscando o perdido. Visitando o irmão. Suportando uns aos outros. Fazendo ao próximo o que gostaríamos que fizessem a nós mesmos.
Pelos olhos carnais é um preço alto demais o fato de termos necessidades e negá-las. Mas a Sua graça nos basta porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza, e nos gloriemos nela para que o poder de Cristo repouse sobre nós (2Co2:9). E o nosso próprio Salvador nos diz:Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” Mt 11:29-30.


Oração: Pai, ajuda-nos nesta morte diária do nosso “eu”. Ajuda-nos a vermos o nosso próximo e a fazer por ele o que o Senhor faria se estevisse em nosso lugar. Que venha o teu Reino, Pai!