8 de março de 2010

Não subestime seus sentimentos!



Qual o sentimento que está gritante no teu peito nos últimos tempos ou desde sempre? Tens vivido na plena Paz que excede todo entendimento, que guarda coração e mente em Cristo Jesus? (Fl 4.7)? Então, Glória a Deus, pois já encontraste a porta estreita e foi e está sendo tratado por Deus. Mas isto não é o que vemos continuamente em nossos relacionamentos, em que tantas pessoas estão imersas nos seus problemas,  passando por dificuldades financeiras, relacionais, de saúde, injustiças, grandes e até sucessivas perdas sem verem propósito com isto.   

Num momento de tormento repetimo-nos continuamente a Palavra de Deus: "Ele está no controle de todas as coisas", "Tudo posso naquele que me fortalece" ou ainda muitos outros versículos chaves do "crentês"; e podemos até ter momentos de refrigério, mas logo esquecemo-nos e retomamos o "sentimento ruim", voltando a nos angustiar, murmurar, prantear, fazer por nossas forças e alguns chegam a apostatar da fé em virtude de tanta desilusão. 

Então, entramos novamente no ciclo da dor, enquanto toda a natureza continua repentindo em uníssono quase que irritante: "Deus é soberano, foi será para sempre adorado pelo Seu poder, majestade e bondade por toda criação!" E eu aqui "crendo" nEle, mas nada muda! Agora questione-se: Isso é fé que glorifica o nosso Deus? 

Abraão, o Pai da Fé, esperou quase um século pela sua promessa. Deus, por misericórdia de Abraão, reiterou seguidamente a Sua promessa para sua vida, e ele viveu todo o processo (doloroso) do trabalhar do Senhor. Imaginemos o tormento deste servo de Deus. Tantos anos esperando, questionando e sendo questionado pelas promessas ainda não cumpridas, o quanto deve ter sido motivo de chacota entre os seus parentes, amigos e inimigos. Como homem, tropeçou, seja em mentiras por medo de homens, ou tentando fazer por suas forças uma descendência que só veio trazer-lhe dor de cabeça; mas o Senhor no tempo certo, deu-lhe o filho da promessa, sendo loucura para os homens. Deus o fez somente quando Abraão estava pronto no seu coração, numa fé de confiança inabalável nEle. Quantos anos o Senhor levou para trabalhar a fé de Abraão! Louvado seja! E Deus não teve dúvidas que ele era seu amigo leal (Tg 2.23), quando Abraão não recusou a obedecer levando Isaque como holocausto. Deus nos conhece e nos prova nos nossos sentimentos! Nada lhe é oculto, e não há dúvidas que Ele está sempre certo e nós somos pó.


Verificamos então, que todo sentimento que nos é desagradável é na verdade falta de fé! Porque se realmente temos fé nEle, não nos abalamos de levar até as últimas conseqüências diante dos homens, mesmo sendo desprezados. E sofremos com os levantes do maligno pelo evangelho, com a alegria na certeza que Ele se agrada de nós, e que é e será glorificado na nossa luta! Aceitemos o convite de Paulo quando estava encarcerado "participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus" 2 Tm1.8b.

Glória a Deus pelos nossos sentimentos, pois assim como para o médico a dor ou a febre é investigada, não devemos negligenciá-los! Sabemos que Ele está no controle de uma vida, quando vemos uma constante mudança de atitude em servidão e humildade, mas principalmente quando deixa de sofrer quando ofendido intencionalmente e ainda oferece a outra face. Pois tudo a nossa volta está verdadeiramente no Seu controle e só se modificará porque Ele gera em nós os Seus frutos de "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, fidelidade, mansidão, domínio próprio." Gl 5.22-23.

Devemos atentar a cada detalhe que nos traz ira, amargura, ansiedade, melancolia, desânimo, enfim tudo o que o inimigo adora alimentar no nosso interior: Não ignorar nenhum sentimento, não sepultar e, principalmente, parar de projetar a culpa no outro! "Cavocá-los" na Sua presença, pedindo ao que sonda as verdades do coração (às vezes bastante vergonhosas - por isto o homem reluta tanto em buscá-las), que nos revele o real pecado em nós por trás de cada sentimento. 

Quando somos sinceros na Sua presença, nos sujeitando ao Seu tratar, a partir da Sua Palavra, só então Ele pode agir. Este é um momento crucial de nossa atenção, pois é comum menosprezarmos "as mulas e pedras" que se levantam para nos falar e/ou são usadas como desencadeadores destes "sentimentos ruins". Estejamos atentos, ouçamo-lO, meditemos, desejemos ardentemente Sua cura. Todo sentimento maléfico, além de nos fazer mal, contamina tudo ao nosso redor! - Melhor é ouvir a crítica pessoal, refletir e após a refutar mediante a Palavra, do que se julgar acima do bem e do mal, pisando e/ou ignorando os profetas enviados pelo Senhor para sermos ensinados (lê-se profeta toda pessoa que tem o Espírito Santo e temor no Senhor).

Deus sempre tem nos falado e continuará a falar até o dia que iremos nos encontrar com Ele: das coisas que devemos deixar e mudar, para assim, através da libertação em santificação, permaneçamos na Sua presença.




A rebelião e idolatria são os pecados mais gritantes da Bíblia; e somos os primeiros a questionar o povo hebreu no deserto, de após terem visto as maiores demonstrações do poder de Deus, cairam logo nos pecados mais escabrosos! O que não percebemos é que agimos igual e até pior que eles em relação às nossas feridas, sentimentos e atitudes quando nos recusamos a ser tratados  por Ele:

  • sempre culpando o outro; 
  • buscando o erro do outro, para justificar o nosso sentimento e/ou nosso pecado; 
  • achando que estamos numa esfera superior a qualquer "profeta" que Deus nos envia, 
  • camuflando e relevando pecadinhos nossos - afinal somos humanos, né? - e dos outros quando nos omitimos de exortá-los a luz da Palavra de Deus.



"Porque a rebelião é
como o pecado de feitiçaria,
e a obstinação é como idolatria 
culto a ídolos do lar.1Sm15.23a



... colocando nossos sentimentos, vontades e teologias acima do sentimento e vontade do nosso Deus a quem dizemos amar e cultuar! Cometemos pecado rebelião por nos resignármos nas nossas verdades e difundí-las, e de idolatria porque acabamos por, corriqueiramente, viver em função dos nossos sentimentos.  Nisto tudo deixamos de ouví-lO e obedecê-lO. 

Ele sempre nos requerirá mudanças de caráter e atitude de servidão em fé. Porque Ele nos ama, assim como não desistiu e sofreu muito com a dureza de coração do Seu povo obstinado, também não desistirá de nós. Ele é tolerante, é misericordioso, mas é justo também, e ouve o clamor daqueles que fazemos sofrer pelas nossas resignações.


Oração: Deus, nos ajude a dia-a-dia percebermo-nos segundo a Tua perspectiva, e que estejamos nos moldando conforme o Teu querer. Ajuda-nos a trocarmos de jugo e fardo contigo, para a Tua glória, e nisto seremos verdadeiramente felizes! Amém!